sexta-feira, setembro 26, 2008

"TUNÊS" A LÍNGUA OFICIAL, E JÁ!


Há uns tempos atrás, encontrei o nosso caro Tuni a vaguear pelo msn messenger e logo dei início a uma conversação. Como todos sabem, ter 5 minutos de falatório com o Tuni é uma preciosidade maior do que ouro. Futsalista e estudante de profissão, técnico de contabilidade nas horas vagas, Tuni tem "Concorrido" como o seu nome do meio. Tuni Concorrido Fernandes, portanto. Por isso, não menosprezei a dádiva daqueles 5 minutos e desatei a conversar com os dedos das mãos. Tuni, erudito q.b., brindou-me com uma conversa interessantíssima: falavamos de política internacional, da crise no sub-prime, da utilidade do Wênio na transição no meio-campo, das eleições nos Estados Unidos e de outros tantos temas incapazes de fazerem desviar a minha atenção do monitor por 1 segundo que fosse. Até que, possuído por um colossal sentimento de saudade - bem português - fruto da rigorosa fase de pré-época a que estava sujeito, o Arshavin de Merelim lançou-me o repto: "No próximo fim-de-semana temos de CONJUNTAR um jantar". Seguidamente, pôs-se offline e deixou-me ali...

Mas não parei de pensar naquilo. Como será que se "conjunta" um jantar?, perguntei-me eu, conformado com a minha própria pequenez intelectual. Senti aí que teria de fazer algo que não decepcionasse o meu amigo Tuni. Afinal, eu não sabia o significado de "conjuntar" e ia parecer mal que o dissesse ao Tuni... Como tal, preparei um árduo trabalho de pesquisa sobre o termo "conjuntar" e as possíveis derivações do conceito. Comecei pela gramática e não encontrei nada que me esclarecesse. Fui ao dicionário de bolso e tive igual sucesso. Fui á Ideal e comprei um dicionário de língua portuguesa da Porto Editora, de 70 euros. Nada. Li Camões e "népia". Li Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Eugénio de Andrade e outros vultos da literatura portuguesa. Como resultado, esbarrava sempre no mesmo vazio de soluções. Fiz um estudo comparado. Li obras do Cícero em latim, li Virgílio e Homero. Do "conjuntar", nem sinal de vida. Parti para o raciocínio lógico. Pensei que "conjuntar" um jantar talvez fosse "temos de nos juntar num jantar". Mas logo descartei esta hipótese: era óbvia e simples demais.

Vi-me, pois, impotente. Até ao momento em que se fez luz... Foi o momento em que percebi que o Tuni, erudito q.b., tem uma língua só dele. E o "conjuntar" é isso mesmo: uma pequena particula de um criativo universo linguístico. É assim Tuni, um dinossauro linguístico... Por isso, logo tratei de tudo e enviei-lhe uma sms: "Não te preocupes. O jantar deste fim-de-semana já está mais que CONJUNTADO. Obrigado pela tua companhia e, acima de tudo, pelos teus bons ensinamentos"...

Partes muito Tuni!

Um amplexo pra ti

2 comentários:

  1. Como Director Geral da Verbo Editora, venho desde já, através deste meio, lançar um desafio a este quiça, novo Eça, que passa por ele conjuntar todos os seus manuscritos onde certamente terá centenas de palavras novas, e dessa forma lançarmos em conjunto e com o nosso apoio, o dicionário do Tunês, ou seja, um moderno e mirabulante Portugês só mesmo ao alcance de alguém muito prodígioso!

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  2. Es quase o maior Tuni... apenas superado por este glorioso PERICLES

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