
Há uns tempos atrás, encontrei o nosso caro Tuni a vaguear pelo msn messenger e logo dei início a uma conversação. Como todos sabem, ter 5 minutos de falatório com o Tuni é uma preciosidade maior do que ouro. Futsalista e estudante de profissão, técnico de contabilidade nas horas vagas, Tuni tem "Concorrido" como o seu nome do meio. Tuni Concorrido Fernandes, portanto. Por isso, não menosprezei a dádiva daqueles 5 minutos e desatei a conversar com os dedos das mãos. Tuni, erudito q.b., brindou-me com uma conversa interessantíssima: falavamos de política internacional, da crise no sub-prime, da utilidade do Wênio na transição no meio-campo, das eleições nos Estados Unidos e de outros tantos temas incapazes de fazerem desviar a minha atenção do monitor por 1 segundo que fosse. Até que, possuído por um colossal sentimento de saudade - bem português - fruto da rigorosa fase de pré-época a que estava sujeito, o Arshavin de Merelim lançou-me o repto: "No próximo fim-de-semana temos de CONJUNTAR um jantar". Seguidamente, pôs-se offline e deixou-me ali...
Mas não parei de pensar naquilo. Como será que se "conjunta" um jantar?, perguntei-me eu, conformado com a minha própria pequenez intelectual. Senti aí que teria de fazer algo que não decepcionasse o meu amigo Tuni. Afinal, eu não sabia o significado de "conjuntar" e ia parecer mal que o dissesse ao Tuni... Como tal, preparei um árduo trabalho de pesquisa sobre o termo "conjuntar" e as possíveis derivações do conceito. Comecei pela gramática e não encontrei nada que me esclarecesse. Fui ao dicionário de bolso e tive igual sucesso. Fui á Ideal e comprei um dicionário de língua portuguesa da Porto Editora, de 70 euros. Nada. Li Camões e "népia". Li Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Eugénio de Andrade e outros vultos da literatura portuguesa. Como resultado, esbarrava sempre no mesmo vazio de soluções. Fiz um estudo comparado. Li obras do Cícero em latim, li Virgílio e Homero. Do "conjuntar", nem sinal de vida. Parti para o raciocínio lógico. Pensei que "conjuntar" um jantar talvez fosse "temos de nos juntar num jantar". Mas logo descartei esta hipótese: era óbvia e simples demais.
Vi-me, pois, impotente. Até ao momento em que se fez luz... Foi o momento em que percebi que o Tuni, erudito q.b., tem uma língua só dele. E o "conjuntar" é isso mesmo: uma pequena particula de um criativo universo linguístico. É assim Tuni, um dinossauro linguístico... Por isso, logo tratei de tudo e enviei-lhe uma sms: "Não te preocupes. O jantar deste fim-de-semana já está mais que CONJUNTADO. Obrigado pela tua companhia e, acima de tudo, pelos teus bons ensinamentos"...
Partes muito Tuni!
Um amplexo pra ti
Como Director Geral da Verbo Editora, venho desde já, através deste meio, lançar um desafio a este quiça, novo Eça, que passa por ele conjuntar todos os seus manuscritos onde certamente terá centenas de palavras novas, e dessa forma lançarmos em conjunto e com o nosso apoio, o dicionário do Tunês, ou seja, um moderno e mirabulante Portugês só mesmo ao alcance de alguém muito prodígioso!
ResponderEliminarEs quase o maior Tuni... apenas superado por este glorioso PERICLES
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