terça-feira, março 25, 2008

Guimarães.....by Péricles Gattuso8!

Depois de uns bacardi´s degustados e deambulando eu pelas ruas de Guimarães eis que passo pela Esplanada do Milenário e encontro Péricles Gattuso8 rabiscando num bloco de folhas gastas pela mão do lápis e eis que me "obriga" a ler a sua crónica intitulada de "CITY GUIDE" de Guimarães.

Eis que trancrevo o texto original do famoso escritor de contos,
by Ric.... Pin..... Sil... (Péricles Gattuso8)


Sexta -feira
"O relógio no carro aponta para as 19.00 horas, Sexta-feira. Saio
da auto-estrada, contorno a rotunda de Silvares e entro na variante
de Creixomil, em direcção ao centro. Diante de mim,
avisto as luzes da cidade e aprecio a paisagem verdadeiramente
fotográfica, adornada pela imponência do Castelo e do Paço
dos Duques de Bragança, lá no cimo da Colina Sagrada. Estou,
naturalmente, em Guimarães, palco de acontecimentos marcantes
de um pequeno país, de batalhas épicas, da fundação
da nacionalidade. E porque as batalhas de hoje não são as de
outrora, também os locais de culto e monumentos são hoje
bem distintos dos de há 9 séculos. Assim, entro em Guimarães
com um desafio aliciante: o de travar, neste fim-de-semana,
a “batalha” do divertimento, explorando os seus monumentos
e locais de culto... Guimarães, do passado ao presente, da sua
história ao seu desenvolvimento, é um palco de emoções. Senão
vejamos...

Cheguei a Guimarães. Sendo cedo, paro no Guimarães Shopping,
com o intuito de fazer tempo para o jantar. Vou observando
as montras das inúmeras lojas, passo a vista pelas novidades
das suas salas de cinema. A fome já começa a apertar, pelo que
entro no carro novamente e sigo pela circular urbana até à saída
de Guimarães Nascente. Logo aí, paro no famoso Neca Magalhães
e saboreio uma boa dose de panadinhos com arroz de
feijão, acompanhados de um vinho espadal divinal, enquanto
desfruto da simpatia dos funcionários deste estabelecimento,
tão bem cotado no seio da comunidade vimaranense.
Deixo o café para mais tarde e dirijo-me para o centro da
cidade. Estaciono no parque da praceta Mumadona e admiro
a arquitectura da mesma, da autoria de Siza Vieira. Desço
pela muralha que demarca os limites do centro histórico e
vou beber café ao S. Mamede. Outrora sala de cinema, o seu
conceito actual de café concerto aliado a uma magnífica sala
de espectáculos encerra em si um local obrigatório. Assisti a
David Fonseca ao vivo, poderia até ter sido Gotan Project, Clã
ou José Cid. Mas a noite ainda é longa. De tal sorte, atravesso
as portas da vila e paro na praça Santiago, onde somente eu
e a bebida que ostento na mão é que não somos património
da UNESCO... Aqui, entro na temática do cinema que decora
o Cinecittá, bebo um shot ao som do melhor rock no El Rock,
bebo uma mini ao preço da chuva no Cara & Coroa e relembro
os grandes hits portugueses e internacionais dos anos 80 no
Secos, propriedade do vocalista dos Fragmentos. Mas são 2 da
manhã e os bares fecharam. A noite ainda promete muito e
por isso vou até ao Património Bar e integro-me facilmente no
seu ambiente familiar, dançando os grandes temas do momento.
São 4 da manhã. O tempo e a adrenalina rogam-me que
não fique por aqui. Mergulho assim no cenário absolutamente
Baywatch do La Movida Beach, com os seus bares em madeira
e as suas pranchas de surf. Sem Pamela Anderson, sem Mitch
Buchannon, mas, goste-se ou não, festa e animação reinam
aqui seguramente. O dia já nasceu e a barriga dá horas. Nada
melhor que uma breve incursão às perdições de pastelaria da
Padaria Nacional (ou o Painço), em frente à muralha. É hora
do merecido repouso, no pequeno bungalow de arquitectura
moderna para turismo rural, situado na Encosta do Paraíso,
em Pevidém.

Sábado
A noite foi longa, logo, a manhã está perdida. Saio do albergue
com o apetite de almoço bem aberto. Vou em direcção a S. Torcato
e sigo a sugestão de parar na Passarada para me deliciar
com o típico bolo quente com sardinha ou toucinho. Vou num
ápice para o centro de Guimarães, desejoso de sentir aquele
mundo de reis e castelos. Assim, chego ao Largo da Oliveira e
saboreio um café com requinte na esplanada da Pousada Nossa
Sr.ª da Oliveira. Dou início ao meu trajecto pelo coração do
centro histórico, pelas suas seculares ruelas e largos, por entre
as suas casas medievais, e passo através do arco da Rua de St.ª
Maria até parar uns segundos a admirar a Câmara Municipal e
a Biblioteca. Logo adiante, entro nas Costinhas e não resisto a
morder uma Torta de Guimarães, esse doce tipicamente vimaranense.
Subo pelo Jardim do Carmo e lá no cimo vejo o majestoso
Paço dos Duques, a famosa casa senhorial quatrocentista.
Sinto de perto a grandeza dos seus salões, o encanto das suas
tapeçarias, a arte das suas exposições. Entro no território vizinho
e estou, nada mais, nada menos, do que entre 4 paredes de
uma das Maravilhas de Portugal: o simbólico Castelo. Subo ao
alto da muralha e assisto da Tribuna à batalha de S. Mamede
com a panorâmica que me é oferecida do campo de batalha.
Concluído o roteiro pela Colina Sagrada, paro no Cor de Tangerina
e provo a pizza vegetariana e um dos seus múltiplos chás.
Aproveito e espreito o seu bazar. Faço o percurso inverso, e se conhecer
Guimarães e sua história é conhecer as raízes do meu país,
então atravesso a Oliveira e visito o Museu Alberto Sampaio.
É fim de tarde. Está na hora certa de ir até à Av. de Londres
a um dos seus cafés. Começo a percorrer o caminho a pé quando
dou conta da azáfama que me envolve. Vejo multidões de
indumentária branca, em passo apressado. “Porquê tamanho
reboliço?”, interrogo um dos transeuntes. A sua resposta limitou-
se a um sorriso. E esse sorriso cativou-me, de tal modo que
resolvi segui-lo. Vi uma multidão a entrar no Estádio D. Afonso
Henriques. Aí percebi que se Guimarães é o berço, o seu Vitória
é a mão que o embala. Entrei, assim como dezenas de milhar, e
cantei, saltei e vibrei com a multidão que me rodeava, contagiado
por uma indescritível paixão que Guimarães e suas gentes
depositam nas suas Instituições. As camadas sociais diluem-se
e a emoção impera. Afinal, tudo o que eu procurava neste fimde-
semana era emoção e divertimento… E, clubismos de parte
e porque futebol é, na sua essência, um espectáculo, não dei
por perdido o dinheiro que gastei na aquisição do ingresso…

É hora de jantar e nada melhor que deliciar-me com a cozinha
típica da região, acompanhada desta feita pelo vinho
verde da ordem, no acolhedor El Rey, bem no centro da Praça
Santiago. Observo o movimento crescente que vai assolando
a praça. Vou ouvir um som ao Túnel logo ali à frente. Vou até
à Despensa do Marquês, ao lado do Campo S. Mamede, e não
dispenso aquele Martini Bianco. A hora avança e é momento de
decidir onde passar uma noite de arromba. As sugestões são 3:
desde o ambiente giro do Eskada, em Moreira de Cónegos, passando
pelas festas apadrinhadas pelos melhores DJ’s do Custo
Lounge, na rodovia de Covas, até ao conceituado TrásTás, no
meio da Rua Gil Vicente. Porque a condução sob efeito do álcool
é, antes de mais, um tipo legal de crime, a escolha foi por
demais sensata e recaiu na última das hipóteses, pelo que entrei
no Trás e revivi as grandes tradições da noite vimaranense,
neste spot repleto de glamour e de vivências que atravessam
múltiplas gerações vimaranenses. Queimadas umas quantas
calorias numa noite tão intensa, não podia dormir sem repor as
energias dispendidas, colmatando com o necessário alimento.
Fazendo jus a um Portugal das tascas e tabernas, fui saborear
uma bifana à Tasca do Júlio, no Largo do Trovador. Em resumo,
dei entrada no Villa Hotel para pernoitar e já era dia, bem
de dia até…

Domingo
Passaram 2 dias magníficos mas violentos. Hoje é o dia de descanso
semanal por excelência. Por conseguinte, desfrutar dos
pedaços paradisíacos da Natureza que Guimarães oferece é ganhar
fôlego para enfrentar uma dura semana de trabalho que
se aproxima. Assim, recupero o esforço dispendido no almoço
no Oriental, bem no Largo do Toural, com os rojões típicos da
região, a sua posta à mirandesa de bradar aos céus ou com a
tenrinha picanha sempre de braço dado com o feijão preto.
Sinto necessidade de respirar e não hesito em tomar um
chá no Formigas, no seio do Parque da Cidade. Dou uma caminhada
rejuvenescedora pelo parque e pelos seus trilhos. Sinto
uma enorme vontade de ver Guimarães novamente, pelo que
sigo viagem no teleférico com destino à Serra da Penha, com
as suas fontes naturais e paisagens verdejantes. Deste miradouro,
guardo na memória a imagem de uma enorme cidade,
activa e conservadora dos seus honrosos valores, dinâmica e
empreendedora na construção sustentada de um futuro risonho,
com o natural reconhecimento além fronteiras de uma
grandeza que ultrapassa a sua área geográfica. Guimarães e o
seu futuro. E falar do futuro em Guimarães é dizer: Guimarães
Capital Europeia da Cultura/2012. E cultura em Guimarães é
ver o novo Centro Cultural de Vila Flor. Aí, caminhei pelos jardins
do seu Palácio. Jantei com classe no seu restaurante. E não
podia perder o grande filme cartaz da sessão do Cineclube de
Guimarães, no Grande Auditório.
A lei do eterno retorno. Dirijo-me pela variante de Creixomil,
contorno a rotunda de Silvares e estou prestes a entrar na
auto-estrada. Para trás, deixo esse mundo dos reis e dos castelos
que julguei imaginário. Carimbo assim a estadia na terra
dos caminhos convergentes entre a História e o Progresso, dizendo:
ad aeterno, Vimaranes!"
Esperamos mais "fantásticas" crónicas pela mão do Gattuso8 ou mesmo o aumento dos Lusíadas...
P.S. Apareçe ao Taxi vestido de Gattuso e pago-te uma mini.

3 comentários:

  1. Fantastico! mas vindo de quem vem, acho que te esqueceste do "Pedral"! se bem que o piponello em tempo era local de culto!

    Tuni

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  2. "A lei do eterno retorno" tb se aplica aqui... Obrigado Mac Ako por publicares esta crónica num espaço que me é mto querido. Quero k saibas ainda k tão grande período de ausência deve-se unicamente ao desleixo e incompetência de um administrador k mais parece 1 texugo, k só pensa em jogos secantes de futsal regional e em vinho castanho... Enfim, o bom filho a casa torna, certo? Continua a imprimir grandes valências a este espaço e, ja sabes, o roteiro é pra cumprir, num fim-de-semana qualquer... À Gattuso pois claro!

    Aquele abraço,

    PÉRICLES

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  3. kakakka texugo... muito bom, pericles a voltar aos velhos tempos ... e q saudades desses tempos

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