OLHANDO AS ESTRELAS...

No dia da sua coroação como maior lenda do Manchester United, parece-nos meritório mencionar o nome de Ryan Giggs enquanto percursor de uma filosofia de jogo, de uma carreira ímpar e - porque não - de um conceito inovador de futebol. Senhor de uma verticalidade singular, este winger de Sua Magestade doou pinceladas de mestria na última fase de construção/capítulo da finalização ao monstro de Manchester, nas suas duas décadas de oiro ao que de resultado a equipa vinha carecendo.
Vertical, Giggs utilizava a velocidade com bola para queimar as derradeiras linhas adversárias, culminando as suas acções ora com estonteantes movimentos "de fora para dentro", isto é, na procura incessante de zonas de finalização, nas costas dos avançados mais "declarados", ora esticando até à linha de fundo, alargando a incidência ofensiva da equipa e proporcionando espaços atractivos na área de rigor adversária, apelo este quase sempre correspondido pelos felinos avançados que em duas décadas alinharam no emblema do norte de Inglaterra.
Com o passar do tempo, perdeu exuberância e poder de fogo na ala mas refinou-se, tornando-se professor do passe curto, fundamental no processo de circulação de bola, pelo que passou a procurar com maior insistência zonas interiores, sempre de construção, e inteligentemente aparecendo a finalizar em espaços curtos no último terço, características estas que lhe conferem o estatuto de "talismã" no Reino de Sir Ferguson e na caminhada vitoriosa deste colosso do futebol mundial.
Por tais razões, cremos ser justo afirmar que Giggs figura, sem mácula, no restrito altar dos Génios da História do Futebol Mundial.

p.s.: Freitas Lobo, é fácil falar como tu! Vai buscá-la!