domingo, fevereiro 11, 2007

O dia seguinte...


Ora boas a todo o auditório.

A esta hora, em que estou a escrever este post, sei que o “sim”, no referendo á despenalização do aborto, vai certamente ganhar.

Nestes últimos tempos ouvi muito sobre este tema, sobre o sim e as suas vantagens, o não e os seus argumentos e de uma maneira geral ouvi de tudo, não critiquei e penso que no fundo no fundo, todos teriam a sua razão. Mas ficarei por aqui, pois não foi este tema que me levou a escrever e no fundo no fundo, estou contente pelo sim ter ganho e que no futuro irá ser legislada a lei que fará com que mais nenhuma mulher será considerada criminosa por realizar o aborto.

Então, a poucas horas de começar este referendo, desloquei-me conjuntamente com o meu caro Péricles, acompanhados mais tarde por Basturk e uma daquelas “deusas GREGAS”, a um dos locais de culto do após noite vimaranense, o “Pedral”.

O que dizer sobre este local? Penso que um dia este mesmo mereceria uma crónica, por tudo o que o rodeia, por todo o tipo de gente que lá se desloca, pela quantidade de “rebentados” por mesa quadrados que lá existe aquelas horas, pelo misticismo que ele mesmo representa para muitos de nós.

È deveras um local sagrado para mim, é o fim de uma noite dura quase sempre, onde poderemos pedir os famosos “preguinhos”, ou os famosos “cachorros”, para nos saciar após umas horas de “emborcamento” de vinho e afins.

Mas pronto, todos sabem o que é o Pedral e para o que serve, sim, pois jamais e que por brincadeira foi falado nesta mesma noite na mesa em qual constava os intervenientes em cima referidos, o Pedral jamais poderá ser usado como local de um jantar romântico. Era bonito de se ver, um jantar romântico naquele local de culto, á luz das velas, naquelas mesas todas molhadas de mais de meia centena de finos entornados, com a hipótese de o pedido não ter o pão adequado e termos de comer um prego em pão de hambúrguer.

Mas o mais inquietante e que ficou na rotina, foi certamente na hora do pagamento. Temo que isto torne-se um hábito, eu não serei certamente contra, mas também não serei certamente totalmente a favor. Então não é que devido á “falta de trocos”, este mesmo local de culto iniciou o “troco em géneros” e estes mesmos “géneros” são nada mais nada menos que as famosas “Bubble Gum” Gorila. O que dizer disto, bem, eu só poderei aceitar isto como um caso de mera rotina que jamais será repetido, mas naquele momento, rejubilei e ao receber as mesmas como troco entrei em breves momentos de nostalgia.

Estas mesmas foram nos nossos tempos de criancinhas, as únicas no mercado, o seu estado sólido duro em forma rectangular, foi em tempos áureos da minha inocente infância o único doce ao qual ficava em êxtase aquando de uma ida ao café. Sim, pois lembro-me como se fosse hoje, quando entrava num café acompanhado de meus pais e familiares, o pedido que faziam para mim era sempre um pinguinho morno, ao qual eu só o beberia se me prometessem a famosa “chiclete gorila”. Resumidamente, nunca me davam sem que eu fizesse um berreiro ou amuasse e em certas alturas levava mesmo uns pequenos cachaços seguidos de 3 biqueiros, mas conseguia sempre, a famosa “chiclete”.

Era o meu júbilo, mas deixou de o ser aquando a minha irmã começou a crescer e a topar o meu esquema. Começou então a querer a minha “chiclete”, sim, essa mesma que muitos de vós conhecem, foi em tempos a minha rival nestas lides e aquando desta minha representação para conseguir uma gorila, tive em muitas das vezes que partilhar aquele bem precioso com ela. Deixou de ser útil todo aquele sacrifício, pois ainda por cima, muitas das vezes tinha de partilhar o que com muito choro e muito berreiro conseguia.

Velhos tempos, agora olho para esta gorila como as piores do mercado, capazes de partirem mais que um dente numa só dentada, fica para mim aquando do mascar de uma delas, a saudade de outros tempos, Shala Oh!



5 comentários:

  1. já no tempo do pedro/rui/manel recebias "chiclas" como troco...
    já agora lembro-me de um episodio passado com o rui em que eu queria pagar uma "chicla" e ele pegou na MAQUINA DE CALCULAR digitou alguns numeros e disse triunfante:

    "SÃO 0,10 centimos!!!"

    ahh, disse eu...

    ResponderEliminar
  2. no "sexto sentido" (esqueci-me de referir)

    ResponderEliminar
  3. "...uma daquelas Deusas Gregas..."???
    Isso é lá maneira de se referir a uma Deusa?!
    Ai Tuni!

    ResponderEliminar