"BIDÉ CULTURAL - empoeirado"

Estando eu ainda a sacudir o pó da Zambujeira, só me apetece dizer, meus amigos que festança!!! Ainda para mais este ano, verificou-se uma diminuição acentuada da comunidade “jambé” levando a poluição sonora que proliferava nos festivais a níveis aceitáveis. Nem o facto de ter o carro completamente destruído, aparecem luzes por todo o lado, o motor estar praticamente a tocar o chão só porque pensei que o meu carro era um jipe, de não ter dormido mais de seis horas em três dias e acordar sempre com um calor glaciar de quarenta graus e sim admito, ter ingerido quantidades hercúleas de cerveja e sentir o meu abdominal a ganhar uma forma dilatada, nada disso me importa imaginem, o que interessa é o espírito e a paz inigualável que um festival destes transmite, vim de lá com baterias recarregadas e cabeça limpa.
Em jeito de abordagem cultural conjugada com a música, gostava de fazer uma análise aos dois concertos que mais gostei de todo o sudoeste. Um deles foi sem duvida Prodigy, traduziu-se numa intensidade e força imprevisíveis, todo o recinto era energia naquele momento estou certo que nada deteria aquela multidão, a massa humana saltava o máximo possível assim como os copos de cerveja que o diga o meu vizinho. Dei por mim metido no meio do “moche” devo dizer que me saí bastante bem, com uns golpes com o meu antebraço de fazer corar de inveja o Mike Tyson e utilizando uns pontapés à Jackie Chan tal era a necessidade de expelir a fúria e os corpos que vinham ao meu encontro, mas sobrevivi e admito que adorei. Tudo para dizer que apesar de toda este contexto de uma certa agressividade, nunca vi a fúria genuína e a agressividade gratuita em todo o festival, nem no momento mais quente e descontrolado do mesmo, para terem uma ideia acabou o concerto dos Prodigy e a musica que começa imediatamente a dar é a inolvidável “Love is in the air lalalalalalala” elucidativo, desculpem o desconhecimento musical.
Outro dos concertos do festival foi de Marcelo d2, meus amigos quem não conhece que corra para o computador mais próximo no sentido de piratear o cd. Foi uma mistura de hip hop com samba, que fez com que tudo fosse paz ou melhor o Marcelo d2 é de uma alegria contagiante, toda a banda são só sorrisos, nota-se a boa onda apesar de falarem muito em pobreza e favelas, fazem-no naquele jeito brasileiro a sorrir… acho que devemos apreender alguma coisa com eles. Gostava de fazer uma referencia a Fernandinho “beatbox” um dos integrantes da banda, este senhor caro leitor, consegue produzir sons extraordinários sem a ajuda de qualquer instrumento, deu um autentico show.
Por tudo isto mas especialmente por muito mais, caracterizei a minha ida ao sudoeste como uma festa, gostava de referir que o consumo em quatro dias de sudoeste de cerca de 100 mil litros de cerveja nada teve que ver com a minha presença no local, obrigado a todos pelo sorriso no meu rosto ao vir embora, cansado é certo mas feliz.