Ouvi dizer que...

Sei que você estremeceu quando se deparou com o título desta crónica. Sei que vive por ora, enquanto lê este apontamento, momentos de receio e alegria. O Ouvi dizer que... está de volta! Longos meses nos separaram. Não adianta explicar porquê. Interessa é a adiantar o porquê de tão afamado regresso. Não tenha dúvidas de que o que me move agora é um motivo forte. Num destes dias, quando resolvi tomar o meu café nocturno no agora SR. PEIXOTO, falava-se de tudo e de nada naquela mesa repleta de gente sábia. É assim sempre, todas as noites. Mas há coisas que ficam, e como se costuma dizer por aí, há coisas que entram no ouvido com uma leveza excepcional. É do senso comum que quando alguém do meio turco soma mais um ano de vida implica ser festejado como se da III Guerra mundial se tratasse. Justina Girl está prestes a completar 24 anos. E era ver-nos a fazer previsões: julguei que o vinho ia acabar no dia 1 de Outubro! Mas pensei: "Poirot, não te incomodes. Não há meio de isto mudar. Não temos emenda. Uma vez vinho, vinho até ao fim...". Depois de muito chilrear, lá ouvi dizer que estava em processamento um filme com as imagens do interrail turco. Se antes pensava que coisas entravam nos ouvidos com a leveza do ar, a verdade é que isto me feriu os tímpanos. E logo eu que sempre sofri de problemas auditivos e que, hoje por hoje, me fazem admitir a nulidade da minha orelha esquerda.
Estou à vontade para falar disto. Fui sempre dos que disse que vontade de ver as fotos tive nos dias imediatos à chegada dos turcos. Não gosto de ler jornais de há um mês. Achei isso de um terrível mau gosto. Levar um mês para mostrar o relato visual de uma viagem que os vossos amigos partilharam convosco nos últimos oito meses é, de facto, de uma inquestionável azelhice. Meus amigos, também já o disse mais do que uma vez, não tenho vontade de ver rigorosamente nada. Tenho desdém por essas fotos. Só deixo é mais um conselho para quem elabora a película preciosa: dia 30 de Setembro é, para mim, um dia de celebração pois reporta ao aniversário de uma menina que me é muito especial. Não queiram fazer desse dia, ou dessa noite, um momento de cinema carregado de sonolência. Digo isto porque ouvi dizer que o filme já consome 40 minutos e ainda vai a meio... Peço encarecidamente para me espetarem com as musicas da carochinha no forro dos quilhões! Não digo que virarei as costas ao que irá ser posto pela tela mágica mas olharei com o desdém que a situação merece. Fiquei triste com tudo isto. Gostava muito de ter visto as fotos. Mais do que isso, gostava muito de ter ido convosco. Não foi possível. Nem uma coisa nem outra. Paciência!


Um abraço,
Poirot