É justo indagar sobre este personagem. Porque o sr. Germano foi e é, no mínimo, uma pessoa que provoca em quem com ele convive (ou sobrevive?) sentimentos contraditórios. Vêm-me à memória largas vivências, momentos esses que superei sempre em cima da corda bamba. Respondo ou não respondo? Quase sempre optei pela segunda via. E por uma razão simples, óbvia. Convenhemos que o homem conseguia ser poderoso e implacável quando tocava a argumentar tudo o que saía daquela boquinha ilustre. As verdades são para se dizer, o sr. Germano não me dava a mínima hipótese. Via-o como um monstro da locução.
Quem não se lembra de algumas peripécias? Não esqueço que foi ele quem descobriu e provou que o sucesso de Mourinho provinha do doping. Não esqueci também, que o Germano sempre jurou a pés juntos que não ligava à bola. Mas, aqui e ali, apercebi-me que só não festejava os golos do SLB na rodovia porque podia ser atropelado.
Lembro-me também que o sr. Germano assumiu o Sexto-Sentido-Bar-que-agora-se-chama-Kilatyno porque foi vítima de algumas falcatruas (ao que julgo, o termo correcto dá pelo nome de gamanço). O senhor entrou ali calmo e sereno, sempre transmitindo um ar de quem tinha uma vida pacata e avessa a exageros. Com o passar do tempo viemos a descobrir que a sua figura era reconhecida (e cumprimentada efusivamente) em casas obscuras. E nesta linha ascendente, de quem passa de anjo a diabo, também verificamos que o sr. Germano acedia sempre aos pedidos de sarração às sextas e sábados à noite. Mas só porque o respeito pelos clientes era um princípio que norteava a sua vida.
Acabo o meu post com uma nota negativa que, penso eu, se estende a todos os membros do nosso mui nobre blog. O sr. Germano não compareceu ao jantar turco, ao que parece porque lhe caiu um garrafão de tinto no dedo grande do pé (não sei se o esquerdo ou direito). A minha dor provém daí mesmo. Um garrafão de vinho tinto. Não foi o sr. Germano que disse que não bebia álcool?
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