terça-feira, janeiro 03, 2006

Hotel Egatur Libertad


O Ambiente Turco

Com esta crónica (se assim lhe poderei chamar) inicio, aquilo que eu espero se venha a tornar, uma longa e entusiasmante caminhada neste blog.
Intitulei a minha crónica como Hotel Egatur Libertad, porque foi precisamente neste Hotel que comecei a escrever o presente texto, através do qual me dirijo ao amigo leitor (mas também por ser esta a melhor forma de me recordar do referido Hotel pois, muito provavelmente, não voltarei a pernoitar no mesmo).
Na verdade, enquanto fazia horas para ir tomar um “xopinho” (leia-se cerveja) com os meus compinchas, camaradas de viagem, nesta aventura que foi passar o fim de ano em Espanha, na agitada e cosmopolita PonteVedra, ocorreu-me uma brilhante ideia: “Ó pá, porque não começas já a escrever a tua crónica? Como daqui a umas horas já não te vais recordar de nada, sempre ficam já algumas memórias passadas para o papel. E assim foi.
Por acaso, senti-me um verdadeiro mestre da escrita. Só visto! No bar do Hotel de caneta em punho e umas folhas soltas buscando inspiração para dar à luz esta “criança” , perante a qual o amigo leitor (sim, porque o leitor é também um amigo) se está a deparar.
Faltou o absinto para me sentir o “nosso” glorioso Fernando Pessoa (na parte do absinto, porque no resto acho que não vale a pena fazer comparações. Apesar de isto não se tratar de poesia, penso estar, na minha modesta opinião , uns bons furos acima!).
Curioso foi, ainda, o facto de a bonita e simpática señorita que se encontrava na altura de serviço no bar ter ficado com a sensação de que eu seria um jovem pacato (e sou) que ali se encontrava empenhado, aplicado nalgum tipo de estudo. Mal ela sabia que eu estava ali para mais uma batalha turca!
Sinceramente, penso ter criado boa impressão junto das pessoas que se encontravam naquele bar.
Num dos simpáticos sorrisos que a españolita me lançou, enquanto retribuía o sorriso, pensava, entre outras coisas – sim, porque a jovem era, de facto, bem jeitosa – “Ó jovem, eu só espero que tu não estejas aqui quando eu regressar do revelhão!”. Compreende bem o amigo leitor o porquê desta minha preocupação. É que, depois de mais uma jornada turca, chegados ao Hotel, foi como entrar no Estádio D. Afonso repleto (o que, aliás, acontece inúmeras vezes). Exibição memorável!!!
Consequentemente, a instituição a que na linguagem corrente se dá o nome de “o pequeno almoço” (sim, porque para mim, o pequeno-almoço depois de uma noite de copos é uma verdadeira instituição, onde as cenas mais caricatas acontecem às dezenas) foi do mesmo nível! Enfim, afinou pelo mesmo diapasão.
Mas não interessa agora escrever sobre isso.
Para minha sorte ou para sorte da jovem do bar, a mesma não se encontrava de serviço à hora do crime. Fiquei contente com isso. Imagine o amigo leitor que um dia este jovem Turco regressa à bonita, agitada e cosmopolita PonteVedra, e reencontra a esbelta españolita, quiçá o que poderá acontecer!
Mas o que interessa é que entrei em 2006 em grande forma!!!

Falando do ano que findou e dos acontecimentos que o marcaram, escolhi um tema que me é particularmente querido, tema esse, aliás, que dá título a esta crónica – o Ambiente Turco.
Aqui, amigo leitor, é que reside o cerne, o âmago da questão.
Perguntará o amigo leitor o que é o tão badalado Ambiente Turco? O que significa? Como surgiu?
Pois bem, vou tentar explicar o que é, para mim, o Ambiente Turco.
Dizem-me os meus camaradas turcos, que fui o feliz padrinho da enigmática expressão “Ambiente Turco”. È verdade (mas não amigo leitor, não pretendo nenhuma medalha por isso).
Essa expressão já havia sido proferida por mim algumas vezes, sempre no contexto futebolístico. No entanto, nessa altura, desconhecia por completo os efeitos que a mesma poderia provocar.
Uma vez mais, foi dessa forma que voltei a proferir tão ilustre e gloriosa expressão num não menos glorioso dia desportivo para o clube do meu coração – o Vitória de Guimarães. Neste dia, os branquinhos aviaram o Wisla de Cracóvia, num jogo a contar para a Taça Uefa com 3 batatolas sem resposta, colocando o torinha numa posição privilegiada para participar pela primeira vez na fase de grupos daquela prova uefeira (o que se veio a confirmar uns dias mais tarde para gáudio dos milhões de adeptos espalhados por todo o mundo que andam de D. Afonso Henriques ao peito).
Sucede que, a expressão do momento foi proferida nesse dia perante aqueles (ou alguns daqueles) que se viriam a tornar nos actuais camaradas turcos, espalhando magia turca por todo o lado que passam.
Como uma vez alguém disse (não faço a mínima de quem terá sido o iluminado) “o futebol é uma mentira que revela a verdade sobre nós”. Não posso deixar de concordar com tão sapientes palavras. E, nesse dia, a verdade foi só uma: Ambiente Turco!
O Ambiente Turco foi, de facto, o que se viveu naquele dia no estádio D. Afonso Henriques (e que já se viveu muitas outras vezes!) algo só superável – e, mesmo assim, tenho dúvidas – nos quentes ambientes que se vivem nos estádios turcos – os verdadeiros – como, por exemplo, no estádio Ataturk.
Pois é, amigo leitor, depois daquele dia, o Ambiente Turco andou à solta. A certa altura pensei “foda-se, criei um MONSTRO!”
Qual Tsunami, qual Katrina, este Ambiente Turco trucidava tudo à sua volta. Sempre que houvesse uma noite que preenchesse os requisitos do Ambiente Turco, era noite de gala, exibições de luxo, sempre bem preparadas pelo nosso mister José Maria Pedroto.
Mas não se engane amigo leitor, o Ambiente turco não se sente apenas em noites de gala, em jantaradas, em noites etilicamente bem preenchidas.
É com todo o orgulho que posso hoje afirmar que o Ambiente Turco é muito mais do que uma constante homenagem a Baco. Não tenho dúvidas: o Ambiente Turco é hoje um verdadeiro estado de espírito, mais forte que o estado Nirvana ou Zen.
È o Ambiente que se sente, por exemplo, em cada golada de vinho que se bebe, em cada coxa de frango que se trinque, em cada aposta na Betandwin (principalmente nas de cavalos), em cada suecada que se jogue, em cada cântico do hit “milhares de bandeiras”, ou mesmo do “Voullez-Vous” dos suecos ABBA. Enfim, é o estado de espírito que surge sempre que os camaradas turcos se encontram, seja em que circunstâncias forem.
Mas não queira o amigo leitor pensar que estes camaradas turcos são uma cambada de desbocados, boémios ou desregrados (...pronto, somos um bocado boémios). Estes camaradas têm, disso estou certo, uma alegria de viver do tamanho do Mundo. Beneficiaram de uma conjuntura social, marcada pelo pessimismo para espalharem a sua alegria contagiante. Por exemplo, temos que convir que fazer do espaço nocturno “Paris”, um sítio aprazível é algo que está apenas ao alcance de alguns predestinados! (Por falar nisso, envio, desde já, calorosos cumprimentos a 4 camaradas turcos que na noite de 23 para 24 de Dezembro, depois de um jantar bem regado, transformaram por completo aquela mítica “Casa de fados”. Ouvi dizer que nessa noite os papéis se inverteram e, acredite o amigo leitor, deve ter sido uma coisa bonita de se ver!!!).
Estou convicto de que esta “Confraria Turca” vai ser recordada postumamente.
Espalhar o Ambiente Turco é, pois, o nosso testemunho!
Hasta!!!



Reparem camaradas turcos na souplesse com que mencionei o nome da Betandwin. É que convém começar a fazer este tipo de referências, porque precisamos de publicidade!!!
Aproveito para desejar a todos os camaradas turcos e ao amigo leitor (obviamente que estão aqui incluídas todas as amigas leitoras) um EXCELENTE 2006!

Gostaria também de comunicar aos camaradas turcos que segundo informações que chegaram a esta redacção perto da hora do seu fecho, este blog goza já de um inegável prestígio junto de alargados sectores intelectuais portugueses.

Kemal Ataturk vai escrever – enquanto o Administrador Poirot assim o entender – todas as terças-feiras neste blog.
Passo, desde já, a bola para o nosso camarada Péricles.
E, claro, continuo à espera da crónica do Enrique (com E) Cimento, trolha de profissão.
Saudações Vitorianas!!!

4 comentários:

  1. És graaannnnde!! Bem só faltou a referência ao hino das Pampas:)

    saudações

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  2. Grande FACAS....................
    és grande

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  3. facas estás em grande... surpreendeste-me com este teu desconhecido dom para a escrita!! ***

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  4. Caro Kemal, conta lá a história das garrafas que se partiram há saida do restaurante em PonteVedra.
    E para um sócio do Vitória há pelo menos 23 anos (ou mais) devias chamar o nosso clube por VITÓRIA SPORT CLUBE (nome verdadeiro); e não de Vitória de Guimarães: esse nome pronunciado pelos estrangeiros, não pertencentes ao Reino de VIMARANES

    Saudações

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