sábado, janeiro 07, 2006

PEDROTO, E MAI NADA!!!

A história deste dérbi tripeiro nunca foi pacífica mas só começou a ganhar substância precisamente na década de 70, quando o Boavista de Mexia Alves, Pinto de Sousa e Valentim Loureiro se afirmou no principal escalão do futebol português. Pedroto saiu do FC Porto pela porta pequena, depois de ter treinado a equipa nas épocas de 66/67 e 67/68. O treinador – que se afirmara na Académica, no Varzim e na Selecção júnior portuguesa – desde logo imprimiu a marca da sua personalidade.
Batalha perdida
Uma personalidade difícil de dobrar. E que esteve na origem da sua saída no final da terceira época, quando, lutando pelo título com o Benfica e após uma copiosa derrota na Luz, quis que a equipa cumprisse um rigoroso plano de concentração e treino, vetado inicialmente por três jogadores, que alegavam não poder descuidar os seus negócios extrafutebolísticos? O então presidente do FC Porto, o banqueiro Afonso Pinto de Magalhães, tomou o partido dos jogadores e quem se tramou foi o treinador, despedido no final da época, quando o título era uma hipótese forte. Foi-se o campeonato e também o mentor de um projecto que estava a entrar em velocidade de cruzeiro.
Encontro imediato
O estado de graça em que o País ainda vivia terá contribuído para algum apaziguamento. Bem assim como a vitória do FC Porto por 2-1, com golos de Lemos e Gomes para os azuis e brancos e de Alves para os axadrezados. “Foi um jogo emocionante mas não deveria ter vencedor, o resultado é lisonjeiro para o FC Porto”, disse Pedroto no final. O FC Porto era líder e mais líder ficou após essa jornada, deixando o Benfica a 2 pontos e o V. Guimarães a 3. Nesse mesmo dia, Benfica e Sporting empataram a uma bola na Luz, com golos de Yazalde e Móia.
Sem apelo
Na época seguinte, que revelou o “Boavistão”, o reencontro deu-se numa fase crucial do campeonato. Os axadrezados seguiam, no início de Março de 1976, empatados com o Benfica. Mas a equipa treinada então por Monteiro da Costa ofereceu um bónus ao rival lisboeta e venceu o vizinho por 2-0, sob a arbitragem de José Luís Tavares. Dinis e Cubillas marcaram os golos e desta vez Pedroto não contestou o vencedor, que considerou “indiscutível”. O FC Porto vinha de levar 5 do Sporting e aproveitou o jogo para passar uma esponja no desaire. Na Luz, o Benfica vencia o Farense por 3-0, com golos de Jordão (2) e Nené e aproveitando para estrear, apenas com 17 anos, Fernando Chalana. No final do campeonato, o Benfica somou mais pontos (38), com o Boavista a quedar-se a 2, o Sporting a 5 e o FC Porto, também atrás do Belenenses, a 9.
Banido
Do FC Porto saiu Pedroto com o rótulo de “banido” – como ficou consagrado em assembleia geral do clube – e uma Taça de Portugal conquistada nesse período, no qual somou dois terceiros lugares e um segundo. O que aconteceu, sublinhe-se, no tempo do Benfica de Eusébio? Depois de cinco épocas de sucesso em Setúbal, tomou o comando do Boavista e continuou a facturar. Por isso, o seu regresso às Antas na condição de treinador visitante e do rival da Invicta foi um momento especial. Aconteceu a três dias do Natal de 1974, o ano zero da revolução de Abril.
De volta...
Este avivar de memórias sobre este mítico guerreiro do futebol nacional só me leva a falar de um outro, que também é conhecido por Pedroto e também é um gigante!!! A boina nunca lhe falta, é como se sem esta, estivesse descaracterizado . O povo (TURCARIA) sempre que o vê, rejubila...Este sr. de quem falo, conheci nas festas do PINHEIRO, desde então nunca mais fui o mesmo. Assim sendo, me despeço com um grande bem haja a este dinossauro dos palcos do outro lado da fronteira...Um Grande Abraço camarada PEDROTO.
FONTE: Jornal O SELO

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